Data de Publicação: 2020-06-03T14:51:58.000Z | Tempo de leitura: 6 minutos
bgsouza@vanzolini-ead.org.br (Bruno Gomes)
O Brasil está entre os grandes produtores mundiais de criatividade e os empreendedores sociais são os motores do setor por aqui. Descubra como trabalhar com a economia criativa
A economia criativa é motor poderoso do empreendedorismo mundial. Segundo Relatório de Economia Criativa, publicado em 2013 pelo Programa das Nações Unidades para o Desenvolvimento (PNUD), é um dos setores da economia que mais cresce no mundo todo, considerando geração de renda, criação de empregos e ganhos com exportação.
O Brasil está entre os grandes produtores mundiais de criatividade. Segundo o Sebrae, a cadeia da indústria criativa movimenta mais de dois milhões de empresas por aqui e é responsável por 2,7% do PIB do país.
“O Brasil é famoso em todo mundo por seu senso de estilo e design, pelo uso de cores, pelos ritmos e pela inventividade. É um dos poucos países em que o espírito criativo nato floresce de forma tão maravilhosa. Seu desafio agora é transformar esse recurso natural no coração da sua economia”, disse à Época Negócios um dos maiores especialistas em Economia Criativa, o britânico John Howkins.
Howkins fala com propriedade. Além de visitar o Brasil com frequência para prestar consultoria à Faculdade Belas Artes de São Paulo, foi um dos primeiros a explicar o potencial da combinação entre criatividade e empreendedorismo em seu best-seller publicado em 2001, Economia Criativa – Como Ganhar Dinheiro com Ideias Criativas.
“Tenho três princípios básicos que guiam meu pensamento sobre Economia Criativa. O primeiro é que todo mundo é criativo. É o que chamo de princípio da universalidade. O segundo é que criatividade precisa de liberdade, para que possamos sair da vida interior, para a exterior, para a sociedade. E o terceiro, é que essa liberdade tem de ser exercitada em mercados comerciais, que envolvem a economia criativa”, descreve o autor.
Os britânicos foram os primeiros a identificar a Economia Criativa, ao avaliarem que setores ligados à música, artes visuais, moda e design cresciam a taxas mais aceleradas do que a chamada velha economia. Com a criação do Ministério das Indústrias Criativas, políticas públicas passaram a ser desenvolvidas para fomentar o setor, o que gerou aumento de renda e de empregos e crescimento do PIB.
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Hoje em dia, o conceito se ampliou e basicamente qualquer negócio que tenha a criatividade como geradora de valor pode integrar a Economia Criativa, na visão de Rafaela Cappai, da Espaçonave, um ecossistema colaborativo que desenvolve metodologias para o desbloqueio de processos criativos.
“Então são negócios, marcas, carreiras que encontram na criatividade um potencial grande de transformação econômica, social e de mudança de paradigma na maneira como a gente cria, trabalha, vende, constrói nossas relações sociais, etc.”, define Rafaela.
Para além da valorização da criatividade, os negócios que se enquadram na Economia Criativa costumam ter caráter colaborativo, com estímulo ao desenvolvimento de redes e a ampliação das trocas e serviços com o objetivo de melhorar o seu entorno. Inclusão, sustentabilidade e valorização da diversidade também estão atreladas ao setor, relacionando o conceito diretamente ao empreendedorismo social.
Por tais razões, o Sebrae classificou, no Guia do Empreendedor Criativo, o empreendedorismo social como um dos maiores motores da economia criativa no Brasil.
A prova disso pode ser facilmente observada agora. Diante da pandemia do novo coronavírus, uma série de empreendedores sociais transformaram rapidamente seus negócios valendo-se da criatividade e da vontade de ajudar no enfrentamento da crise.
“Pela primeira vez na História da humanidade a gente tem conhecimento, recursos e pessoas para fazer absolutamente tudo o que desejamos. Nós só não fazemos ainda porque não achamos que é possível”, definiu a futurista Lala Deheinzelin, no TedTalk Criando Comunidades Criativas e Colaborativas.
Pioneira em falar sobre Economia Criativa no Brasil, ela defende que quem deseja se lançar no empreendedorismo criativo precisa começar a imaginar futuros desejáveis e a partir disso, fazer um levantamento de recursos culturais, ambientais, sociais e financeiros que estão à disposição para concretizar esse futuro.
“Primeiro de tudo é preciso conhecer os seus patrimônios intangíveis, ou seja, tudo aquilo que você é e o que você quer. Uma vez que você conhece isso e comunica para as pessoas, é a hora de mapear recursos e ferramentas que estão à disposição e, depois, conectar todas elas visando atingir um bem comum”, disse Lala.
A especialista, que é cofundadora do Núcleo de Estudos sobre Futuro da PUC, enfatiza ainda a importância da colaboração da confiança e das celebrações coletivas para a concretização de novos futuros possíveis.
Confira 5 características atribuídas aos empreendedores criativos
*Fonte: Guia do Empreendedor Criativo – Sebrae
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